terça-feira, 2 de março de 2010

To be or not to be...

Esta nova fase profissional obriga-me a adoptar posturas as quais não estou familiarizada. No meu emprego anterior, a relação com as pessoas tinha que ser descontraída, quase cúmplice. A simpatia estava em primeira ordem, o aspecto cuidado, etc. Acabava por me tornar quase amiga das pessoas, e não me importava, alias foi o que mais me custou, despedir-me de pessoas que acompanhava aos meses. Agora, nesta nova fase, tenho que esquecer o aspecto, numa empresa alimentar andamos todos de bata branca e galochas. Nada de maquilhagem. Uma coisa é positiva, ao menos, estamos todos iguais. Mas a relação com as pessoas muda, existe uma hierarquia. Um hierarquia que não pode ser quebrada. A simpatia deixou de existir. Cheguei a conclusão que durante o dia mal sorrio. Faço tudo para não deixar escapar aquelas minhas deixas: subtis piadas ou "subtis" estupidezes. Vou ter que ser séria. Por isso quando saí hoje pus logo música no carro e saí a cantar, ai carago, be free!

4 comentários:

Pacífico disse...

Há momento nas nossas vidas que somos forçados a moldar a nossa postura conforme temos necessidade. É uma forma de dissimular o nosso oposto, de nos protegermos, de sermos respeitados...Infelizmente tive que fazer exactamente o mesmo, esconder o meu lado mais extrovertido, excepto nas festas da empresa é claro ;). No dia seguinte a aparência escondeu o que verdadeiramente sou. É a luta por um lugar no grupo, que em alguns casos, nem sabemos muito bem se vale a pena lutar...

Francesa disse...

Pacífico, após um mês o meu "eu" teve que surgir e tomar lugar, não consegui "encarar" a personagem que a empresa queria que encarasse muito tempo, pois não faz parte do meu feitio armar-me em superior e gritar com pessoas.
Agora sorrio diaramente e tenho uns modos de dizer as coisas mais descontraídos sem que isso interfere no objectivo pretendido.
Por exemplo:
Senhora- Tirei aquilo da linha da Fernanda, tenho que ir lá por outra vez?
Francesa- Quer continuar amiga da Fernanda?
Senhora- Sim.
Francesa- Então vai la colocar aquilo na linha.

Não me sinto menos respeitada por ser assim. Antes pelo contrário, acho que ninguém tem medo de me dizer que algo correu mal, tornou-se um ambiente mais pro-activo penso que é isso que se pretende quando se gere uma equipa.

Pacífico disse...

Francesa demonstraste uma excelente atitude. Claro que na tua posição o importante foi providenciar o objectivo final, com os meios à tua disposição. O triunfo tem ainda um melhor sabor, quando aplicamos os nossos métodos, e a nossa forma de trabalhar.

No meu caso, a minha superiora é danada, talvez pelas minhas funções implicarem o movimento de €'s, de vez em quando lá vem um berro. Oh sei lá, talvez nem seja isso, ela berra por tudo e por nada...Às vezes até medo tenho só de bater à porta. Fico logo com aquela adrenalina do tipo videojogo em que não sei o que se encontra do outro lado da porta. Se por acaso está de mau humor (quase sempre), desata aos "tiros". Mas há dias que parece um cordeirinho manso. Dupla personalidade? Sofre de distúrbios?...Não consigo perceber a atitude, ou se calhar não é para perceber, mas sim para ouvir e calar.

Como dizem os populares, "coitado de quem precisa".

Francesa disse...

Não é facil trabalhar assim. Não se ganha com o mau astral, mas pronto, são feitios. As vezes o nosso modo de lidar decide mais que a própria situação.